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Ambiente

Francisco Caldeira Cabral foi um dos pioneiros da luta pela defesa do ambiente em Portugal.

A sua concepção do Ambiente e da Paisagem, num sentido amplo, como conjunto vivo de animais, plantas e micro-organismos, cujo equilíbrio dinâmico é condição de vida do próprio Homem, que dele faz parte integrante, é formulada teoricamente no que designou por “Continuum Naturale”. (v. texto anexo sobre o “Continuum Naturale”).

São plenamente actuais as ideias que teorizou e defendeu, há cerca de 40 anos atrás, sobre a necessidade do equilíbrio biológico da vida humana no meio ambiente, da necessidade da biodiversidade e da meandrização do “continuo natural” para a sustentabilidade da vida e do desenvolvimento humano, da necessidade da manutenção e desenvolvimento sustentável da Agricultura, como fonte indispensável da alimentação humana.

Esta concepção traduz-se nas soluções que propõe para Ordenamento do Território, para a sistematização da Paisagem Rural e da exploração agrícola e silvícola, para os Espaços Verdes urbanos ou para a Conservação da Natureza, entendida de uma forma dinâmica, adaptada às necessidades do Homem actual, mas no respeito pelas condições necessárias a toda a variedade de formas de vida que constitui a biocenose do Homem. (v. textos anexos)

Membro fundador da Liga para a Protecção da Natureza (1948), foi Presidente desta associação para a defesa do ambiente no biénio de 1951-52. Presidente da Secção de Protecção da Natureza da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1956, propôs, em 1963, a criação de um sistema de Parques Nacionais e Reservas Naturais em Portugal.

Defendeu uma concepção da Protecção da Natureza em que

“não se trata já apenas de conservar, …, mas sim de criar uma nova paisagem do nosso tempo onde tenham lugar … todas as modernas actividades económicas, mas sem menosprezo das necessidades igualmente imperiosas da vida nas suas múltiplas manifestações”.